ESTREATÉGIA DE LEITURA
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto a partir do que está buscando nele, do conhecimento que já possui a respeito do assunto, do autor e do que sabe sobre a língua – características do gênero, do portador, do sistema de escrita… Ninguém pode extrair informações do texto escrito decodificando letra por letra, palavra por palavra.
Se você analisar sua própria leitura, vai constatar que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza para ler: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias, isto é, de recursos para construir significado; sem elas, não é possível alcançar rapidez e proficiência.
Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação. Há estratégias de seleção, de antecipação, de inferência e de verificação.
Estratégias de seleção: permitem que o leitor se atenha apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes. Ao ler, fazemos isso o tempo todo: nosso cérebro “sabe”, por exemplo, que não precisa se deter na letra que vem após o “q”, pois certamente será “u”; ou que nem sempre é o caso de se fixar nos artigos, pois o gênero está definido pelo substantivo.
* Estratégias de antecipação: tornam possível prever o que ainda está por vir, com base em informações explícitas e em suposições. Se a linguagem não for muito rebuscada e o conteúdo não for muito novo, nem muito difícil, é possível eliminar letras em cada uma das palavras escritas em um texto, e até mesmo uma palavra a cada cinco outras, sem que a falta de informações prejudique a compreensão. Além de letras, sílabas e palavras, antecipamos significados.
O gênero, o autor, o título e muitos outros índices nos informam o que é possível que encontremos em um texto. Assim, se formos ler uma história de Monteiro Lobato chamada “Viagem ao céu”, é previsível que encontraremos determinados personagens, certas palavras do campo da astronomia e que, certamente, alguma travessura acontecerá.
* Estratégias de inferência: permitem captar o que não está dito no texto de forma explícita. A inferência é aquilo que “lemos”, mas não está escrito. São adivinhações baseadas tanto em pistas dadas pelo próprio texto como em conhecimentos que o leitor possui. Às vezes essas inferências se confirmam, e às vezes não; de qualquer forma, não são adivinhações aleatórias.
Além do significado, inferimos também palavras, sílabas ou letras. Boa parte do conteúdo de um texto pode ser antecipada ou inferida em função do contexto: portadores, circunstâncias de aparição ou propriedades do texto.
O contexto, na verdade, contribui decisivamente para a interpretação do texto e, com freqüência, até mesmo para inferir a intenção do autor.
* Estratégias de verificação: tornam possível o controle da eficácia ou não das demais estratégias, permitindo confirmar, ou não, as especulações realizadas. Esse tipo de checagem para confirmar – ou não – a compreensão é inerente à leitura.
Utilizamos todas as estratégias de leitura mais ou menos ao mesmo tempo, sem ter consciência disso. Só nos damos conta do que estamos fazendo se formos analisar com cuidado nosso processo de leitura, como estamos fazendo ao longo deste texto.
FONTE: PCN EM AÇÃO – ALFABETIZAÇÃO
COMO ALFABETIZAR COM TEXTOS
CARACTERISTICAS DE CADA TIPO DE TEXTOS
Na Alfabetização o trabalho com textos é essencial. Já ouvi alguns colegas criticarem o método, alegando que não adianta nada dar um texto para uma criança que ainda não sabe ler. Logicamente você não "forçará" o aluno a ler um texto, você lerá para ele e juntamente com ele. Ler o texto inúmeras vezes é o ponto chave para o sucesso dessa prática. Grifar, sublinhar, discutir...e somente depois trabalhar os fonemas, sílabas, frases, palavras...
Abaixo segue algumas considerações sobre tipologias textuais.
TEXTOS NÃO- VERBAIS
Os textos não- verbais (a pintura, a escultura, a fotografia, a música, a mímica, a música, a dança, etc.) são formas de linguagem utilizadas pelo homem para representar o mundo: exprmiri pensamentos e emoções; comunicar e influenciar as pessoas. Proporcionando aos nossos alunos o contato com este tipo de texto, é possível:
Ampliar o seu niverso cultural;
Mostrar diferentes formas de linguagem, e de expressão;
Mostrar que a arte utiliza a linguagem para fins estéticos, para criar o belo;
Desenolver a habilidade de observação tão necessária à escrita;
Preparar o aluno para a leitura de outros textos: literários (narrativas, poesias, histórias em quadrinhos) e publicitários que utilizam amplamente os recursos da linguagem não -verbal;
Principalmente trabalhar com as emoções, com as sensações, com os sentimentos - "conteúdos" tão ausentes da sala de aula nos últimos anos.
BILHETE
O bilhete é uma mensagem curta, trocada entre as pessoas, para pedir, agradecer, oferencer, informar, desculpar ou perguntar. O bilhete é composto normalmente de: data, nome do destinatário antecedido de um cumprimento, mensagem. despedida e nome dp remetente.
CARTA
A carta possui um texto semelhante ao do jornal. Mas, enquanto o texto da carta é pessoal, o do jornal é coletivo. Porém, ambos têm o mesmo objetivo: transmitir idéias e notícias. Uma carta deve conter:
Nome da cidade onde está a pessoa que escreve e data;
Nome de quem vai receber a carta, acompanhado de uma expressão simpática;
Assunto;
Despedida;
Nome de quem escreveu a carta.
Para sobrescritar o envelope, é necessário colocar, na frente, o nome do destinatário, endereço, cidade, estado e o CEP e, no verso, os dados do rementente.
CARTAZ
Frequentemente, nas ruas, casas comerciais, cinemas e teatros deparamo-nos com cartazes, que são textos breves em cartolinas, cartões, outdoors, feitos especialmente para promover um lugar, um produto, uma atividade, um personagem. O cartaz contém informações essenciais, como o evento promovido, o lugar e a data de sua realização, para assegurar que o anúncio vai ser imediatamente compreendido. A efetividade depende, em grande parte, do uso das cores, da diagramação, da tipologia selecionada, do tamanho das letras que permita sua leitura a distância. A espacialização do texto sobre o papel e as imagens são recursos de fundamental importância nesse tipo de texto.
HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Uma das intenções deste tipo de texto é provocar riso utilizando os recursos da língua e imagens que alteram ou quebram a ordem natural dos acontecimentos. Os recursos utilizados com maior frequência nestas histórias são a ironia, a caricatura e a sátira. A linguagem utilizada é econômica, ou seja, as frases são muito curtas. Outro recurso muito usado são as onomatopéias (palavras que procuram representar algum tipo de som ou ruído). Além disso ainda há o traços fisionômicos, o corpo das letras, os formatos dos balões entre outros.
TEXTOS INFORMATIVOS
Este é provavelmente é o texto mais utilizado em sala de aula. Escritos com a intenção de informar o leitor, esses textos, sempre trabalharam faots: quem faz o quê, onde, quando, etc. Jornais, revistas e noticiários estruturam-se basicamente com informações. Como na vida a quantidade de informãções do dia-a-dia é imensa, também é extremamente variada a linguagem desses textos. Para fins didáticos, podemos entender texto informativo como aquele que tem por objetivo central informar faots ao leitor. É o tipo de texto que encontramos frequentemente a informação técnica, publicitária, científica, cultural, etc e ocupa um grande espaço na vida moderna.
INSTRUCIONAIS
O objetivo deste tipo de texto é mostrar detalhadamente a maneira de se realizar uma tarefa, como o preparo de uma receita, a utilização de um microondas e as regras de um jogo. A linguagem utilizada é de fácil compreensão e indica a sequência a ser seguida para a realização da tarefa. Esse tipo de texto apresenta duas partes distintas: uma contém a lista dos elementos a serem utilizados; a outra desenvolve as instruções (modo de fazer). As instruções são iniciadas com verbos no modo imperativo (misture, junte, acrescente, etc.) ou por construções com verbos no modo infinitivo (misturar, juntar, acrescentar, etc.). Os verbos aparecem acompanhados por advérbios ou locuções adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (lentamente, rapidamente, devagar, etc.). É um texto que exige muita precisão, pois qualquer troca ou falta de um dos materiais ou ingredientes causa problemas na execução da tarefa. As listas que usamos para fazer compras, são semelhantes em sua construção. Apresentam substantivos acompanhados de numerais.
TEXTOS PUBLICITÁRIOS
Esse tipo de texto talvez seja aquele com o qual os nossos alunos mais se deparam no seu dia-a-dia. Ensiná-los a interpretá-los, a perceber a sua intencionalidade, bem como a riqueza de recursos nele contidos pra que os alunos possam utilizá-los. O texto publicitário combina a imagem com a mensagem, ampliando, dessa forma, o seu significado. Este tipo de texto sugere implicitamente (nas entrelinhas) que o leitor compre alguma coisa. Por isso, são textos inteligentes, estratégicos, criativos, com recursos linguísticos muito bem utilizados para atingir o seu objetivo de convencer, persuadir, sem explicar a intenção de vender. Este tipo de texto usa frases imperativas (faça, use, tenha, beba, dê). A publicidade usa frases curtas, de fácil assimilação. Os elementos centrais desses textos são: consumidor (quem compra o produto), anunciante (dono do produto anunciado) e publicitário (quem faz o anúncio, a propaganda do produto).
TEXTOS LITERÁRIOS
São textos que combinam o padrão estético com os diferentes elementos da língua e que privilegiam a mensagem pela própria mensagem. O autor lança mão de recursos linguísticos para expressar sua imaginação e fantasia na criação de mundos fictícios. Os textos literários buscam nos leitores uma parceria para desvendar os sentimentos, captar os sentidos das coisas não ditas. Esses textos convidam o leitor a compartilhar o jogo da imaginação. Proporcionam o desenvolvimento de um espaço de liberdade da linguagem e permitem que nos deixemos levar pela imaginação, emoção, fantasia. Ao mesmo tempo, são fontes de conhecimento do mundo. Nesse tipo de texto, podemos analisar os elementos utilizados pelo autor para trabalhar a imaginação, brincar com musicalidade das palavras.
Retirado de Apostila da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba.
Enviado por Sara Steck
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