Em site, alunos classificam docentes como "carrasco" e "mamata"
Insatisfeitos com os sistemas de avaliação de professores, três universitários cariocas resolveram criar uma forma mais "simples" para alunos compartilharem informações sobre os mestres.
Veja o aplicativo criado pelos alunos
Inspirados no site americano "Rate my professors", eles desenharam um aplicativo para o Facebook em que se pode procurar um professor numa base de dados com cerca de 10 mil docentes e votar anonimamente se ele é "carrasco" ou "mamata". Há um espaço para comentários identificados.
"Nos EUA, os professores são avaliados pelos alunos e se leva isso muito em consideração. Não queremos expor ninguém. Só criamos um espaço para fazer uma avaliação objetiva", conta Igor Blumberg, estudante de engenharia da computação na PUC-Rio.
Ele criou o aplicou com Rafael Dahis, aluno do mesmo curso na UFRJ, e Felipe Frajhof, estudante de engenharia de controle e automação na PUC-Rio.
Desenvolvido em cerca um mês e colocado no ar na terça-feira, o programa tinha até a tarde de ontem 15 mil usuários cadastrados e 12 mil votos dados.
Com 49 votos para "carrasco" e 3 para "mamata", Jaques Gheiner, professor de cálculo diferencial e integral 4 na UFRJ, é o campeão de avaliações até agora. Ele não quis comentar o assunto.
Professora de edição em telejornalismo na PUC-Rio, Marcia Antabi afirma que o aplicativo pode ser uma boa forma para ter um retorno sobre suas aulas, uma vez que a avaliação proposta pela própria universidade é pouco respondida pelos alunos.
"Seria interessante se os alunos comentassem mais sobre os cursos e fossem além da classificação de carrasco ou mamata. Eu já entrei e votei e mim como carrasco, para que o aluno que escolha minha matéria tenha um comprometimento com as aulas", diz.
Para a professora Daniela Vargas, coordenadora da central de graduação da PUC-Rio, a comissão de avaliação dos professores está trabalhando para conseguir uma maior participação dos alunos. Para Vargas, o aplicativo não interfere na avaliação feita pela instituição.
"Tudo que vem para auxiliar na melhoria do ensino é valido, mas pelas classificações dicotômicas me parece que eles estão mais preocupados com a nota do que com qualidade do ensino. Carrasco e mamata podem ser excelentes professores", diz.
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