Rio Grande do Sul vai mudar ensino médio
A partir do ano que vem, escolas no Estado terão menos tempo de aulas exclusivas de uma disciplina e mais para projetos integrados
A partir de 2012, os estudantes do 1º ano do ensino médio na rede pública do Rio Grande do Sul deixarão de ter a tradicional divisão das aulas em química, física, biologia, história, geografia, sociologia, filosofia, língua, língua estrangeira, educação física e matemática. No lugar entrarão projetos temáticos interdisciplinares que contemplem as mesmas quatro áreas de conhecimento cobradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza e as respectivas tecnologias.
No Rio Grade do Sul, em vez das disciplinas, as escolas escolherão os projetos a partir de 10 eixos. O acompanhamento pedagógico, que deve permear todos os temas, e meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, comunicação e uso de mídias, investigação no campo das ciências da natureza; e educação econômica e áreas da produção.
“Não é que vai deixar de existir uma matéria, mas ela vai ser dada em um contexto”, afirma Vera. Segundo ela, algumas disciplinas continuarão tendo tempos específicos para conteúdos que não estiverem relacionados a nenhum projeto, mas algumas devem ter toda sua carga inserida em aulas interdisciplinares como língua inglesa, portuguesa, matemática e sociologia. “Acho muito difícil um tema destas áreas que não possa ser abordado com sucesso dentro de situações problema.”
De acordo com dados do último Censo Escolar, o Rio Grande do Sul tinha 161 mil alunos matriculados no 1º ano do ensino médio. O Estado enfrenta uma defasagem idade-série de 30% dos matriculados na etapa e um índice de abandono de 13%, principalmente no 1º ano, e de 21,7% de reprovação. “O novo modelo tem o desafio de manter o interesse destes jovens, diminuir estas perdas e ainda atrair de volta cerca de 84 mil adolescentes que estão fora das escolas”, diz o secretário de Educação, José Clóvis de Azevedo.
Tempo de aula e professores
A carga horária continuará sendo de 800 horas mínimas por ano e 2.400 no total. Há a intenção de aumentar em 600 horas o ensino médio todo, mas com atividades extra-classe e estágios. “Queremos que os projetos sejam baseados em situações reais. Não necessariamente vamos elaborá-los para que os alunos saibam lidar com as circunstâncias da vida, pode ser até o contrário, usar a experiência nas áreas de produção como ponto de partida para dialogar com o conhecimento”, diz Vera.
Segundo ela, o agrupamento de disciplinas não implica em mudanças para professores. Em projetos interdisciplinares, todos os envolvidos dividirão o trabalho e haverá um coordenador. “Em alguns momentos pode haver dois ou vários professores com uma turma, mas eles não terão uma carga maior de trabalho”, afirma a responsável.
O Estado promete abrir concurso para contratação de 10 mil docentes no final deste ano, mas a preocupação principal é com o aumento da carga horária fora da sala de aula, definida pelo Supremo Tribunal Federal como um terço da total. Atualmente, os professores têm 20% do horário remunerado para formação e preparo de aulas.
Ensino médio tem as maiores taxas de evasão e as piores de aprendizado
Estadual de Educação gaúcha ainda passa por debate com a rede durante este mês, mas a mudança é certa. “Todas as 1.053 escolas vão mudar em 2012”, garante a assessora do ensino médio do Departamento Pedagógico, Vera Maria Ferreira. Este ano, o Conselho Nacional de Educação (CNE) votou uma nova diretriz para o ensino médio que segue linha similar, mas a proposta aguarda homologação do ministro da Educação, Fernando Haddad.“Não é que vai deixar de existir uma matéria, mas ela vai ser dada em um contexto”, afirma Vera. Segundo ela, algumas disciplinas continuarão tendo tempos específicos para conteúdos que não estiverem relacionados a nenhum projeto, mas algumas devem ter toda sua carga inserida em aulas interdisciplinares como língua inglesa, portuguesa, matemática e sociologia. “Acho muito difícil um tema destas áreas que não possa ser abordado com sucesso dentro de situações problema.”
De acordo com dados do último Censo Escolar, o Rio Grande do Sul tinha 161 mil alunos matriculados no 1º ano do ensino médio. O Estado enfrenta uma defasagem idade-série de 30% dos matriculados na etapa e um índice de abandono de 13%, principalmente no 1º ano, e de 21,7% de reprovação. “O novo modelo tem o desafio de manter o interesse destes jovens, diminuir estas perdas e ainda atrair de volta cerca de 84 mil adolescentes que estão fora das escolas”, diz o secretário de Educação, José Clóvis de Azevedo.
Tempo de aula e professores
A carga horária continuará sendo de 800 horas mínimas por ano e 2.400 no total. Há a intenção de aumentar em 600 horas o ensino médio todo, mas com atividades extra-classe e estágios. “Queremos que os projetos sejam baseados em situações reais. Não necessariamente vamos elaborá-los para que os alunos saibam lidar com as circunstâncias da vida, pode ser até o contrário, usar a experiência nas áreas de produção como ponto de partida para dialogar com o conhecimento”, diz Vera.
Segundo ela, o agrupamento de disciplinas não implica em mudanças para professores. Em projetos interdisciplinares, todos os envolvidos dividirão o trabalho e haverá um coordenador. “Em alguns momentos pode haver dois ou vários professores com uma turma, mas eles não terão uma carga maior de trabalho”, afirma a responsável.
O Estado promete abrir concurso para contratação de 10 mil docentes no final deste ano, mas a preocupação principal é com o aumento da carga horária fora da sala de aula, definida pelo Supremo Tribunal Federal como um terço da total. Atualmente, os professores têm 20% do horário remunerado para formação e preparo de aulas.
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