Iniciativa da SBF recebe avaliação positiva do órgão, que custeará
bolsas para alunos em 21 polos, num curso unificado nacional. Aulas
devem começar no segundo semestre.
A proposta de criação de
um Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF), voltado
para professores de Física do Ensino Médio e Fundamental, foi aprovada
pela CAPES. A instituição financiará as bolsas para os alunos do curso,
que será coordenado nacionalmente pela Sociedade Brasileira de Física.
Foram 21 os polos inicialmente escolhidos para abrigar o curso,
que terá uma grade fundamental unificada, mas permitirá também
flexibilidade para a inclusão de disciplinas por parte das coordenações
locais.
As aulas devem começar já no segundo semestre deste ano.
Salto evolutivo
Atualmente, são formados da
ordem de 40 alunos por ano, nos quatro cursos existentes de mestrado
profissional em ensino de física (baseados na UFES, UFRJ, UFRN e UFRGS).
A ideia do MNPEF é aumentar esta capacidade de formação em pelo menos
oito vezes, diplomando 320 alunos anualmente.
O projeto elaborado
pela SBF – que tem como secretária para Assuntos de Ensino Silvania
Sousa do Nascimento, da UFMG – após consulta a esses grupos tem como
inspiração o mestrado da UFRGS, criado pelo Professor Marco Antonio
Moreira, tido como um dos fundadores da pesquisa em ensino de física no
Brasil e um de seus maiores expoentes.
Embora a proposta tenha
tentado conciliar ao máximo as diferentes grades de mestrado já
existentes, o foco do projeto nacional é essencialmente em conteúdos.
"Grande parte da carga horária é voltada para conteúdo de física
contemporânea de tal maneira que o professor possa adequá-los à educação
básica", afirma Rita Maria Almeida da Cunha, física da UFRGS e
tesoureira da SBF. "Por isso, é necessário que os alunos produzam
dissertação e/ou material instrucional aplicados à realidade da sala de
aula sobre como, por exemplo, fazer uso das novas tecnologias, ou como
realizar experimentos."
Bem avaliado
A
proposta teve excelente recepção na CAPES, onde chegou a ser
reclassificada de nota 3 para 4, devido à qualidade e importância da
iniciativa.
"Penso que o MPNEF é uma importante iniciativa tomada
pela SBF e que deveria contar – espero que sim – com a contribuição de
toda a comunidade de pesquisadores em Ensino de Física/Ciências", afirma
Jorge Megid Neto, pesquisador da Faculdade de Educação da Unicamp.
"Esse mestrado tem algumas características diferenciadas que me fazem
acreditar muito mais na proposta elaborada pelo Prof. Marco Antonio
Moreira e colaboradores."
Entre os pontos destacados por Megid
estão um currículo que busca um equilíbrio na oferta de disciplinas de
conteúdo específico da Física e de conteúdos específicos do campo
educacional, e a possibilidade de permitir que cada instituição
participante desenvolva as disciplinas de forma mais adaptada às suas
realidades, embora o currículo seja nacional. Além disso, ele destaca a
inexistência de um material didático único a ser seguido por todas as
instituições como um exemplo de como preservar a autonomia individual de
cada polo.
Para Megid, o exemplo dado pela SBF e pela área de
Física deveria ser seguido em outras disciplinas, com formação de cursos
de mestrado voltado para professores (no momento, apenas Matemática tem
iniciativa parecida). Nesse contexto, a concessão de bolsas é
fundamental. "É um incentivo para que o professor volte a estudar,
importante para custear despesas, comprar livros etc. Sem bolsa ao
professor, penso que esses mestrados seriam inócuos." Daí a importância
da CAPES ao viabilizar a proposta da SBF.
"Queremos criar um
ambiente mais uniforme, que permita a formação de professores de maneira
consistente no Brasil inteiro", afirma Celso Pinto de Melo, presidente
da SBF.
DOCUMENTOS DO MNPEF
CONTATO PARA MAIS INFORMAÇÕES
Rita Maria Almeida da Cunha (UFRGS)
E-mail:
rita@if.ufrgs.br
Fonte: www.sbfisica.org.br
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