Enquanto os dados de ingressantes nos cursos de engenharia no país são
positivos, uma outra frente de graduações apresenta problemas: a de
físicos, químicos e matemáticos.
Entre 2010 e 2011, a participação do grupo em relação ao total de
ingressantes caiu de 3% para 2,8% (houve um pequeno crescimento no
número absoluto de calouros, mas menor que a média de todo o ensino
superior).
São esses cursos que formam professores para a educação básica.
E é justamente essas áreas que possuem maiores deficits de docentes nas escolas públicas brasileiras.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou estar atento à
questão e que deverá anunciar nos próximos dias um programa de incentivo
ao ingresso nos cursos universitários de ciências exatas e biológicas.
O objetivo é que haja melhora nas aulas desde o ensino médio, com mais laboratórios, entre outras ações.
O ministério tenta incentivar os estudantes para a área antes mesmo da educação superior.
DIFICULDADES
O diretor da Escola Politécnica da USP, José Roberto Cardoso, afirmou
que causa "muita preocupação" os dados referentes aos cursos de física,
química e matemática --que tiveram queda de participação em relação ao
total de ingressantes nos cursos de graduação.
Isso porque, afirma o pesquisador, a formação dos estudantes do ensino
médio nessas disciplinas é crucial para o desenvolvimento tecnológico do
país.
De acordo com o o ex-reitor da USP Roberto Lobo, um dos problemas dessas
áreas é que os "ensinamentos são abstratos, o aluno fica estudando
reações químicas, sem saber muito bem por quê".
Para o pesquisador, a dificuldade aparece tanto nas aulas de ensino
básico quanto nas de formação dos professores no ensino superior.
Fonte: Folha de S.Paulo
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