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1. O que é o planejamento escolar
Como o nome já dá a entender, o planejamento escolar é um plano elaborado periodicamente para definir as atividades futuras da escola.
No entanto, além das questões que podem parecer meramente burocráticas — como distribuição dos conteúdos pela grade de horários, definição das turmas, elaboração do calendário escolar, etc. — esse documento é fundamental para entender como a escola pode cumprir sua missão diante de suas demandas e obstáculos particulares.
Para isso, o planejamento deve acontecer em três etapas, que destacamos a seguir:
O que e para quê: finalidade
Em primeiro lugar, o planejamento serve para questionar e precisar o que será ensinado e por quais motivos. Assim, ele esboça as intenções da instituição de ensino, explicitando o que cada turma ou professor espera atingir ao final do período letivo contemplado no plano.
No momento de esclarecer o que será ensinado, ou seja, o conteúdo de cada disciplina, para cada ano e em cada etapa, é importante basear-se nas diretrizes repassadas pelo MEC — por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por exemplo — e pelas secretarias municipais e estaduais.
Além disso, cabe lembrar que a escola também tem liberdade para acrescentar seus próprios projetos e conteúdos no currículo. É sobretudo neste ponto que entra a questão do para quê e da própria identidade da escola.
Isso porque o planejamento não deve limitar-se aos conteúdos curriculares previstos por lei, mas deve focar-se ainda em cumprir a missão proposta pela escola em seu Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando seus valores e o tipo de cidadão que pretende formar.
Outro ponto indispensável nesse momento e que contempla tanto a questão curricular em si quanto sua finalidade é a necessidade de se considerar a progressão dos alunos pelo conhecimento de uma maneira mais macroscópica. Isso significa não perder de vista, no planejamento de cada série, o panorama de todo um ciclo de aprendizado em que cada nova etapa exigirá o domínio de conhecimentos prévios.
Trata-se, em suma, de um projeto muito amplo, e que exatamente por isso deve ser elaborado com o apoio de toda a equipe pedagógica e deve ser revisto periodicamente.
Onde: realidade
Se o passo anterior concentra-se de uma maneira mais teórica nas intenções da escola para o próximo período letivo, neste ponto deve-se sair do mundo das ideias para se encarar a realidade em que a instituição está inserida.
Nesta parte do planejamento, devem-se analisar dois aspectos da realidade escolar:
- a realidade interna, que reflete a infraestrutura da instituição, a qualificação e o número dos docentes, os resultados dos alunos nas últimas etapas, as principais dificuldades enfrentadas pela gestão pedagógica, entre outros;
- a realidade externa, que inclui, por exemplo, o relacionamento com os pais e responsáveis dos alunos e com a comunidade escolar, além do cumprimento das exigências do mercado e do governo.
Pesquisas, análises, avaliações diagnósticas e coleta de depoimentos de todos os membros da comunidade podem ser úteis para ajudar a compreender a situação da escola de maneira mais apurada e completa.
Como: plano de ação
Aqui, cabe confrontar as intenções da escola com sua realidade para, por fim, compor um plano de ação que combine o que se quer fazer com o que é viável e factível. A partir disso, será possível decidir como a escola poderá aproximar-se dos seus objetivos sem desconsiderar o seu contexto.
Elabora-se, então, um documento que se desdobra em vários níveis, afunilando-se da instituição de ensino como um todo até o planejamento de cada professor em cada turma e disciplina.
De maneira mais ampla, definem-se questões burocrático-administrativas que afetarão todos os alunos e professores (assim como, muitas vezes, a comunidade local), como por exemplo:
- o calendário geral da instituição;
- as regras de uso dos espaços coletivos (pátio, quadras, bibliotecas, laboratórios, entre outros);
- os projetos interdisciplinares que devem contar com a participação de todos os alunos.
A seguir, para cada ano, define-se o calendário de avaliações, distribuem-se os alunos em turmas e monta-se a grade de horários. Por último, os professores devem ser orientados em relação ao cumprimento do currículo, de maneira a deixar claro o que se espera de cada um.
Formas de avaliação, objetivos não curriculares e diretrizes de ação em casos específicos também devem fazer parte do plano. Dessa forma, o documento cumpre seu papel como guia para toda a comunidade escolar.
2. Qual a importância do planejamento escolar?
Depois de entender um pouco melhor o que é, para que serve e como é feito o planejamento da escola, é possível analisar, em detalhes, por que ele é tão importante.
Transformar ideias em realidade
Longe de ser apenas um requisito burocrático ou um documento cujas propostas não vão sair do papel, o planejamento é uma oportunidade para que a escola repense sua missão, bem como a participação dos professores e coordenadores em seu cumprimento.
Ao confrontar a realidade da escola com as intenções da equipe e elaborar um plano de ação, o planejamento provoca um questionamento que ajuda a gerar soluções para concretizar os ideais da escola, ao mesmo tempo em que traz esses objetivos para o dia a dia da instituição.
Dessa forma, toda a equipe pode trabalhar junta em prol da mesma missão, sendo constantemente relembrada do contexto e do papel de cada um pelo planejamento geral.
Isso possibilita que cada membro da equipe direcione seu próprio trabalho para o objetivo que toda a escola tem em comum, facilitando a realização do que foi proposto e aliando todo o plano da instituição com sua missão e seus valores.
Revisar e reavaliar o que já foi feito
Outro ponto importante do planejamento é que ele obriga a equipe pedagógica a rever as ações e os resultados do passado a fim de manter as atitudes positivas e mudar aquelas que não têm levado a escola a alcançar seus objetivos.
Por consequência, a cada novo planejamento surge a oportunidade de avaliar o que foi feito no planejamento anterior e, assim, pensar em novas estratégias para que a instituição continue avançando continuamente, sempre atenta aos novos desafios e às demandas que possam surgir de dentro ou de fora da escola.
Nesse sentido, é muito importante pensar no planejamento escolar não como algo estático e definitivo, mas como um documento norteador que deve ser sempre revisado com base na realidade da instituição.
Trocar ideias e experiências entre os docentes
A elaboração de cada novo planejamento também representa uma oportunidade de incentivar a troca de ideias e experiências entre professores e coordenadores.
Além de reportar problemas e obstáculos relativos ao planejamento anterior, chamando a atenção para o que deve ser modificado no próximo ano, o encontro de toda a equipe docente e pedagógica possibilita, por exemplo, o compartilhamento de soluções encontradas por cada um no enfrentamento de desafios em comum, assim como conhecimentos adquiridos no dia a dia ou na formação continuada.
Dessa forma, todos podem aprender uns com os outros, os laços entre as diferentes partes da equipe se estreitam e, claro, a escola levanta propostas mais eficientes para cumprir sua missão com a participação quem mais entende da sua realidade particular.
Conciliar os interesses de toda a comunidade
Considerando todo o contexto de atuação da instituição de ensino (isto é, relações internas entre discentes, docentes e funcionários; assim como externas, com os pais, o governo e toda a comunidade), o planejamento articula todos os interesses diversos com o papel da própria escola a fim de atingir seu objetivo final — educar seus alunos — da melhor forma possível.
Portanto, além de possibilitar a troca de experiências entre os membros da equipe de coordenação pedagógica e docente, o planejamento escolar também é o momento de dar voz ao conselho de pais e à comunidade, a fim de combinar os interesses de todos aqueles que de alguma forma têm participação na escola, tornando-a mais democrática e consciente das demandas externas.
3. Como fazer um planejamento escolar eficiente
O planejamento é importante para que as ideias e propostas da escola não fiquem só no papel, certo?
Para isso, é fundamental passar da teoria à prática. A seguir, veja como elaborar um bom planejamento na sua instituição e prepare-se para colocar a mão na massa.
Reúna toda a equipe e incentive o debate e o diálogo
O primeiro requisito para se fazer um planejamento eficiente é reunir professores e coordenadores pedagógicos para dialogar sobre o futuro da escola.
É importante estabelecer uma relação de igualdade entre os participantes do debate, acolhendo a opinião e o conhecimento de cada um como essencial para a formação do novo planejamento. Nesse contexto, o coordenador pode servir como mediador da discussão, dando voz a todos os participantes, anotando as pautas e propostas levantadas e conciliando interesses diversos a fim de se chegar a um consenso.
Vale lembrar que quanto mais experiências e opiniões forem partilhadas mais rico será o debate e, consequentemente, mais democrático e assertivo será o planejamento. Principalmente nos quesitos mais polêmicos ou em relação aos obstáculos enfrentados pela escola, a diversidade de pontos de vista poderá contribuir para que se encontre mais facilmente a raiz do problema e, assim, uma solução viável para ele.
Por meio da discussão, a escola garante ainda que todos os professores e coordenadores se sintam contemplados pelo novo planejamento e compreendam sua importância, dando o seu melhor para que ele seja cumprido.
Contraste dados recentes com planejamentos anteriores
Um bom planejamento é construído com base não apenas no contexto e a realidade da escola do presente, mas também nos resultados e documentos de anos anteriores, mesmo que tenham sido elaborados por processos distintos.
Nesse contexto, é muito importante analisar os resultados por meio de dados, que oferecem uma perspectiva objetiva e precisa do que aconteceu. Assim será possível identificar de maneira assertiva as estratégias e atitudes que não têm sido positivas e substituí-las por novas soluções. Além disso, a análise de dados também vai ajudar a escola a levantar dificuldades e desafios para que sejam trabalhados e superados com a ajuda do novo planejamento.
Transforme o planejamento em metas realizáveis
Para que aquilo que foi planejado no início ano seja realmente aplicável, é imprescindível que se estabeleçam ações passíveis de serem realizadas pelos docentes. Para isso, é recomendável que todo o planejamento transforme seus objetivos propostos em tarefas que sejam:
- objetivas, no sentido de trazerem ações concretas e claras;
- mensuráveis, possibilitando que, mais tarde, seja possível verificar nitidamente se a ação foi concluída ou não;
- datadas, isto é, com um prazo para seu cumprimento.
Nesse caso, se a escola quer melhorar o desempenho dos alunos no ENEM, por exemplo, os professores poderiam incluir no planejamento o seguinte objetivo:
“Conseguir uma média geral acima de X pontos no próximo ENEM”
Esse objetivo deve ser desdobrado em tarefas de curto prazo que permitam, ao longo do ano letivo, verificar se a escola está caminhando para o cumprimento do que foi proposto ou não. Ainda no exemplo da média geral do ENEM, uma maneira de fazer isso seria por meio de simulados regulares que indiquem o que precisa ser melhorado para se atingir o objetivo final.
Permita a flexibilidade e faça revisões regulares do plano
Como todo planejamento, aquele feito pela escola também enfrentará, ao longo de seu cumprimento, imprevistos e incidentes que obrigam a equipe a mudar de curso no meio do caminho. Diante disso, nada melhor do que prever a necessidade dessas alterações e organizar reencontros periódicos com todos os docentes e coordenadores para avaliar e revisar o planejamento proposto.
É possível, por exemplo, promover reuniões bimestrais ou trimestrais em que os objetivos estabelecidos no planejamento são contrastados com os últimos resultados dos alunos e a vivência dos professores a fim de verificar se alguma intervenção é necessária ou se as estratégias estão mesmo funcionando.
Baseado nesses encontros, pode-se mudar de tática ou mesmo alterar as prioridades da escola e propor novas tarefas, de acordo com o que aconteceu desde o planejamento inicial.
Colha feedbacks diversos constantemente
Para acompanhar o efeito do planejamento ao longo do ano letivo, é interessante que a escola esteja sempre aberta ao diálogo e incentive o feedback de toda a comunidade escolar. Isso significa que, além de organizar as reuniões regulares com os membros da equipe, é importante consultar também pais e alunos, bem como outros membros da comunidade escolar e local.
Dessa maneira, será possível manter o planejamento em concordância com as demandas e necessidades de cada um, monitorar os obstáculos enfrentados dentro e fora da escola e atentar-se para que as ideias e intenções elaboradas de início estejam sempre de acordo com a realidade mais da sala de aula e dos estudantes.
4. Vantagens e benefícios de se ter um planejamento escolar
Depois de explorar o que é o planejamento escolar, qual é a sua importância e como ele pode ser elaborado, cabe ressaltar, ainda, alguns dos principais benefícios dessa ação para a escola e para a comunidade.
Guia para o planejamento cotidiano dos professores
Ao organizar — com base no Projeto Político Pedagógico da escola e na BNCC — os conteúdos a serem estudados por cada série em cada disciplina, o planejamento não só garante que todo o currículo seja contemplado adequadamente, como também facilita a organização cotidiana dos professores e a preparação das aulas.
Assim, o planejamento ajuda a nortear a atividade do professor, que deve decidir, a partir disso, como cada assunto será trabalhado e como se adequar às atividades interdisciplinares do calendário. Dessa forma, é possível:
- reduzir o tempo gasto pelo professor no plano de aula diário, já que o planejamento escolar servirá de guia para orientá-lo;
- organizar o conteúdo ensinado em cada ano nas diferentes turmas(para as escolas com mais de um professor da mesma disciplina lecionando no mesmo nível, por exemplo, isso é especialmente importante);
- dar espaço para que intervenções pedagógicas específicas (como a necessidade da revisão de conteúdos) sejam aplicadas sem afetar os prazos gerais.
Emprego correto dos dados obtidos nas avaliações dos alunos
Coletar dados e informações sobre o desempenho dos alunos — seja por meio das próprias atividades avaliativas internas e/ou por avaliações externas — é uma excelente maneira de identificar lacunas no aprendizado e o planejamento é o momento ideal para se pensar em ações específicas e colocá-las em prática.
Quando as provas e exames indicam, por exemplo, uma dificuldade de determinada turma em Matemática, é possível ir mais fundo para descobrir precisamente qual é o problema e, por meio do planejamento, organizar a aplicação de uma intervenção pedagógica específica para que a dificuldade seja sanada.
Da mesma forma, quando os resultados são positivos, pode-se recorrer ao planejamento para destacar as ações que deram certo para que continuem a ser aplicadas em outros contextos ou nos próximos anos letivos.
Inclusão da formação docente continuada nos objetivos da escola
Com um plano organizado que norteia a ação de toda a equipe, fica mais fácil tornar a formação continuada dos docentes uma prioridade para a escola, bem como direcionar essa formação para as necessidades internas e externas já apontadas pelo próprio planejamento.
Ao incluir essa questão entre os objetivos da escola, a direção garante que ela será contemplada e tranquiliza os professores ao conciliar, no planejamento, sua formação com seu trabalho na instituição. Além disso, é válido destacar que a própria instituição é beneficiada, diante do conhecimento adquirido pelos docentes por meio dessa oportunidade.
Cumprimento das exigências externas
Outro benefício do planejamento escolar é o fato de ele prever o cumprimento das exigências do Ministério da Educação de tal forma que, com o plano pronto, basta à direção e à coordenação da escola verificar se todos requisitos estão sendo atendidos. Assim, não se corre o risco de se esquecer de algum ponto importante nem de se ter que reformular o plano no meio do semestre para acatar alguma exigência negligenciada, por exemplo.
Além disso, como o planejamento também pressupõe uma pesquisa prévia quanto às demandas dos pais e do próprio mercado de trabalho, ele serve ainda como forma de aproximar a escola dessas exigências e, consequentemente, de oferecer uma formação mais relevante aos estudantes.
Realização de mudanças efetivas
Quantas vezes uma instituição — ou, por que não, uma pessoa, em sua vida pessoal — precisa adotar algumas mudanças para melhorar, mas simplesmente não consegue deixar de fazer o que sempre fez?
Nesse contexto, o planejamento é também uma forma de garantir que as melhorias de que a escola, os professores e os alunos precisam sejam efetivamente realizadas, por meio de prazos e tarefas mensuráveis e com o apoio de toda a comunidade.
Abandonar velhos hábitos e mexer-se para fazer as transformações acontecerem realmente não é fácil, mas quando há objetivos acordados entre todos e planos bem definidos para conquistá-los, é mais fácil engajar todos os personagens da escola para que façam a sua parte e assim cumprir com a missão que se propôs.
Conclusão
O planejamento escolar só tem vantagens a oferecer à escola, à sua equipe, aos alunos e a toda a comunidade em seu entorno. Com este guia em mãos, vai ficar mais fácil elaborar o seu próprio planejamento e engajar a sua equipe na busca pelos objetivos da escola.
Fonte: somospar
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