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Afinal, qual é o problema da educação?

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O governo culpa os professores pela má qualidade do ensino, mas não enxerga o verdadeiro problema e tenta resolvê-lo com receitas prontas e acabadas. Em São Paulo o governo criou a progressão continuada, os ciclos, a avaliação contínua, a recuperação paralela, deu um novo sentido ao conceito de escola (a escola aprendente), deu também um novo sentido ao papel do coordenador. Contudo, nenhuma dessas ações surtiu efeito. As avaliações externas como Saresp, Saeb, Prova Brasil demonstram resultados pífios. O governo se exime da culpa e diz que o problema está na formação dos professores. Desde então tem feito esforços para dar uma melhor formação aos professores através de cursos e de uma prática reflexiva nas HTPCs. Para o governo, os problemas educacionais são constantemente reduzidos a questões que podem ser resolvidas no âmbito do indivíduo, do esforço pessoal do professor. O professor é visto como o Messias da educação; é um ser dotado de inesgotável força de vontade que deve estar permanente disposto a se superar no cumprimento de sua missão. O importante é que cada um faça sua parte para que a educação melhore. O que o governo ainda não enxergou, por miopia, é que os problemas da educação são problemas políticos, sociais e culturais. São vários os fatores que levam o aluno a um déficit de aprendizagem. Citaremos apenas alguns deles:

Primeiro, é um problema de política pedagógica, pois institui a progressão continuada, que em termos práticos torna-se progressão automática. O aluno perde a motivação para aprender, pois sabe que não precisará fazer esforços para passar de ano. O professor torna-se impotente diante dessa situação e perde sua autoridade, pois a nota que ele aufere do aluno não tem valor Em conseqüência disso, a indisciplina se institucionaliza. A escola torna-se o local do encontro, da amizade, do namoro, da sociabilidade, mas quase nunca do ensino. Outro problema ligado à progressão continuada é o fato de as crianças chegarem ao final do primeiro ciclo sem saber ler e escrever ou chegar ao ensino médio analfabetos funcionais, sendo incapazes de interpretar um texto. Isso ocorre porque o aluno não consegue aprender novas competências por causa de déficits de aprendizagem em séries anteriores. O aluno sente dificuldade de desenvolver novos esquemas mentais e conhecimentos necessários exigidos. Dessa forma, ele não consegue assimilar os conteúdos e habilidades necessários para seguir em frente.

Segundo, o problema da educação é também um problema estrutural. A escola pública no Brasil tem um modelo arquitetônico prisional. Michel Foucault, filósofo Francês, já havia estudados os males que este tipo de arquitetura causa ao indivíduo. Para ele, este tipo de arquitetura é uma arquitetura de esquadrinhamento, da observação, da disciplina, do controle, cujo único objetivo e controlar os indivíduos criando seres dóceis e serviçais ao mercado de trabalho. O aluno da escola pública vive numa prisão. A falta de comprometimento nos estudos, a desmotivação, a falta de interesse do aluno é em boa parte criada por esta estrutura prisional, onde as aulas tornam-se monótonas e chatas. Falta a escola pública uma estrutura material para que o aluno goste de estudar, como áreas verdes, quadras, equipamentos, salas de estudo, salas de teatro, salas de vídeo, salas de ginástica, biblioteca, materiais para uso em sala de aula, etc. Um ambiente agradável com uma estrutura impecável é imprescindível para que o aluno aprenda.

Terceiro, o problema da educação é também social. Os problemas educacionais refletem as contradições da própria sociedade. Na base da educação há uma família geralmente carente material e intelectualmente. Pobreza, fome, falta de trabalho e falta de perspectiva são fatores que minam a educação. O Brasil é um das dez maiores economias do mundo, mas em indicadores sociais ela está ao lado de Botsuana e Moçambique: 30 milhões vivem em estado de miséria; 80 milhões não conseguem consumir as 2240 calorias mínimas exigidas para uma vida normal; 60% dos trabalhadores no Brasil ganham até um salário mínimo. 50% da riqueza concentram-se nas mãos de 10% da população que ganham mais de dez salários. São Paulo, a cidade mais rica do Brasil, não foge a estes dados. O subemprego é uma realidade da grande maioria das famílias paulistas: faxineiras, camelos, lavadores de carro, pedreiros, pintores, eletricistas ocasionais são comuns. Tais pessoas apresentam baixo nível de consumo e renda e baixo nível educacional sendo incapazes de acompanhar seus filhos e dar uma boa assistência a eles.

Quarto, é um problema de política salarial e de valorização do professor. Os baixos salários, o descaso, o desrespeito, a imposição de políticas pedagógicas; tudo isso somado têm reflexos na educação. Os bons salários de alguns grupos de funcionários públicos, como os de juízes, promotores e políticos é provocado pelo subdesenvolvimento de outros grupos, como o de professores. Para que alguns grupos possam receber melhores salários e acumular patrimônios outros grupos necessitam ser explorados e sacrificados. O acesso aos benefícios está desigualmente repartido. Em conseqüência dos baixos salários e dos descasos com a classe, o professor perde a motivação, não tem prazer em dar aulas, resigna-se, não fazendo um bom trabalho.

Quinto, é um problema cultural, pois a sociedade não faz cobranças à escola. Nas escolas públicas não há colegiados, não há conselhos, não há grêmios escolares. As desvalorizações por parte da sociedade brasileira em relação ao saber e ao conhecimento têm reflexos em toda estrutura educacional. Uma sociedade que não valoriza o conhecimento é uma sociedade sem história, sem memória. A participação da sociedade como um todo nas questões educacionais deve ser o cimento que constrói a nossa cultura, que defende as sociedades locais, que preserve nossa memória e consciência contra as ameaças de grupos , de ideologias e de interesses políticos. A participação da comunidade na escola é imprescindível para melhorar a qualidade do ensino e para gerar a consciência política e reflexiva sobre os fatos.

Como vimos, O problema da educação não pode se resolvido no âmbito do microcosmo da escola e do esforço individual de cada um. O governo reduz o problema em termos operacionais, ao voluntarismo. “Escola da família”, “amigo da escola”, “escola para todos” são termos que nos mostram que cabe a comunidade e as professores resolver os problemas da educação. As idéias vinculadas à TV de um professor esforçado, voluntarioso, feliz, decidido a resolver os problemas da educação não condiz com a realidade. Educação não é auto-ajuda Os problemas educacionais não podem ser resolvidos apenas no âmbito do individuo, da comunidade e do esforço pessoal do professor. O problema da educação é antes de tudo um problema político e social.

Por: Michel Aires de Souza
Fonte: escolaafranio
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PROCESSO HISTÓRICO - COMISSÃO DE PROFESSORES DE JUNDIAÍ




       A Cidade de Jundiaí, durante muito tempo constituiu-se um lugar atrativo para os profissionais da área de educação, já que as políticas públicas de valorização da categoria foram  fundamentais para o desenvolvimento de uma educação de qualidade.

       Dessa maneira um grupo de professores juntamente com o Sindicato, em um diálogo desde 2010, vêm traçando algumas metas para que a categoria do magistério seja cada vez mais valorizada em âmbito municipal, conquistando cada vez mais espaço e voz dentro da PMJ. 
Dessa maneira, esse grupo de professores, em um diálogo desde 2013, vem traçando algumas metas para garantir a valorização dos profissionais da educação e a construção de uma educação pública de qualidade, baseada nos princípios constitucionais da gestão democrática e da transparência do gasto público  educação municipal.
Sendo assim, torna-se necessário refletir sobre algumas questões para as quais até agora não temos respostas.
  • ·         Por que não implementar cargo de carreira no magistério, com concurso público como forma de  provimento dos cargos de coordenador pedagógico, assistente de direção e supervisão?
  • ·         Por que não devolver os adicionais de títulos aos professores que possui uma segunda graduação?
  • ·         Por que manter a categoria dos professores com o menor salário de nível superior no município?

Para explicarmos como chegamos a esses e a outros questionamentos, explicitaremos abaixo o percurso histórico traçado por esses professores engajados nessa luta de direitos.
     Esse processo teve início em 2010, onde um grupo de professores de Educação Básica, resolveram se reunir para reivindicar o reenquadramento da categoria para receber  o Adicional de Nível Universitário (40% ). Após várias reuniões com  professores, sindicato, vereadores e secretário, esse grupo consegui a tão sonhada equiparação.
     Com a  necessidade de uma discussão coletiva acerca das necessidades dos profissionais do magistério, em 27/02/13, com a constituição do I Fórum de Educação, foi iniciada de maneira formal a Comissão de professores. Na ocasião foram debatidos temas acerca da Gestão Democrática, do Funcionalismo Público, da Valorização dos Professores, da melhoria das Condições de Trabalho do Servidor e da regulamentação do Plano Municipal de Educação. 
       Deste Fórum,  um Plano foi construído pela comissão de professores, e levado para votação em Assembleia Geral da categoria no dia 09/04/13 de forma a deliberar quais seriam as reivindicações levadas ao Governo, como forma a abrir o diálogo acerca das necessidades do professorado da rede municipal de Jundiaí. No dia 11/05/13 foi iniciado o diálogo com o atual Secretário de Educação, José Renato Polli.
       Durante inúmeras reuniões e debates, a categoria dos professores começou a se unir e a ganhar forças, chegando a protocolar o documento contendo as 21 reivindicações junto a Câmara Municipal dos Vereadores, no dia 19/05/13, “lotando” todo o espaço do Plenarinho. 
       

            Segue abaixo, a pauta dos 21 pontos votados em Assembleia deliberativa do dia 09/04/13 pela categoria dos professores, divididos em três eixos para melhor visualização:

EIXOS:

DEMOCRATIZAÇÃO DO SISTEMA DE ENSINO:

1.   Ingresso de todos os cargos somente através de concurso público e retorno da seleção de Diretor de Escola substituto por meio de escala rotativa

2. Plano Municipal de Educação

3. Constituição de uma comissão para  elaborar um plano de implementação dos organismos da gestão democrática da educação - Conselho municipal da educação/ conselhos de escola/ conselho do FUNDEB.  Atualizando a legislação atual  e garantindo a efetiva democratização, transparência e participação dos professores e comunidade em geral.

4. Ampla divulgação prévia de todas as reuniões do Conselho Municipal de Educação e Conselho do FUNDEB, com a realização destas em horários após as 18h, permitindo acesso a todos os cidadãos que quiserem participar como ouvintes.

5. Garantias Sindicais. Liberdade de organização sindical nas escolas municipais, conforme legislação da OIT. Eleição de representantes sindicais dentro das escolas municipais, na proporção mínima de um por período para cada escola, com garantia de liberação de ponto para no mínimo dois encontros anuais com o objetivo de discutir os  problemas trabalhistas vividos pelos professores.

6. Divulgação ampla e imediata dos detalhes do contrato com a empresa Planeta Educação.

VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS  DO MAGISTÉRIO:

1. Progresso na carreira desvinculado da avaliação de desempenho
 O progresso na carreira educacional não deve ser através da meritocracia, ou seja, deve acontecer de maneira desvinculada da avaliação de desempenho realizada pelos diretores.

2. Reforma do estatuto do magistério
 Montar uma comissão conjunta entre o Governo e professores da rede, para analisar e reformar o estatuto do magistério de acordo com as propostas da campanha da atual gestão.

3. Títulos incorporados ao salário (plano de carreira)

4. Adicional vulnerabilidade social
 Incentivo financeiro, na forma de adicional salarial, para professores que lecionem em unidades escolares inseridas em áreas de vulnerabilidade social.

5. Dispensa para cursos e congressos
 Dispensa do trabalho para que os professores participem de cursos e congressos com requisição direta à Secretaria de Educação.

6. Licença remunerada para estudos stricto sensu

7. Verba indenizatória para professores que trabalham em mais de 1 escola
 Compensação financeira para os professores que lecionam em mais de uma unidade escolar. Pois alguns cargos já dispõem dessa complementação salarial por trasitarem em várias escolas,nesse sentido, que esse benefício seja estendido aos professores também.

8. Valorização da carreira docente no quadro de funcionários da PMJ
 Atualmente, o salário dos professores da rede municipal é o menor salário para profissionais com nível superior pago pela PMJ.  A diferença entre salário do professor comparado a outros profissionais de nível superior com mesma carga horária é de  10.59%.

MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO:

1. Critérios atribuição/remoção

2. Número de alunos por sala de acordo com o parecer nº 09/2009 do Conselho Nacional de Educação – CNE.

3. Estudo sobre os espaços físicos escolares

4. Faltas abonadas
 Manutenção do direito às faltas abonadas, mesmo que o professor tenha tido atestados médicos.

5. Comprovante do ponto biométrico
 O professor deve ter o comprovante em papel emitido pelo ponto biométrico, como forma a comprovar/registrar os horários de entrada e saída dos funcionários.

6. Cursos de formação apenas nos dias estabelecidos no início do ano letivo.
 Garantia de que o professor não tenha que participar de formações fora de seus dias de HTPI ou HTPC que foram inicialmente acordados no início do ano letivo.

7. Discussão sobre as implicações da lei do 1/3


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AUTOR DO PROJETO "ESCOLA SEM PARTIDO" PEDE ARQUIVAMENTO DEFINITIVO NO SENADO


Autor do projeto ‘Escola Sem Partido’ recua e pede arquivamento definitivo no Senado

Esperamos que o vereador e autor do projeto em Jundiaí, o qual não citarei o nome, tenha a mesma crise de consciência e faça o mesmo.

O texto abaixo, foi retirado  do site: Carta Campinas
A proximidade do ano eleitoral pode trazer grandes mudanças em relação ao avanço conservador no Brasil.

O senador evangélico Magno Malta (PR-ES) autor do projeto que tentava incluir o programa autoritário ‘Escola Sem Partido’, recuou e pediu a retirada do projeto no Senado Federal.

Magno Malta é um dos senadores mais reacionários e combativos da bancada evangélica.  Faz marketing de que é contra a pedofilia, mas defendeu o golpe parlamentar e defende projetos e políticas do governo Temer  que geram desigualdade social, miséria e que, consequentemente, contribuem para a prostituição infantil e pedofilia. É também muito próximo do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que está preso em Brasília, e do deputad;^Ço cristão Jair Bolsonaro (PSC).

O senador registrou o pedido e ontem, 20 de novembro, já foi comunicado à senadora Lúcia Vânia, que é presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. 

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Processo seletivo professores - SP

Processo seletivo para professores

Prefeitura do Município de Américo Brasiliense (SP) abre processo seletivo para professores.  As inscrições serão realizadas via Internet, no endereço eletrônico www.rboconcursos.com.br, até o dia 27 de janeiro de 2017.
As vagas são para:

  • Professor Educação Básica I
  • Professor Educação Básica II (Artes)
  • Professor Educação Básica II (Ciências)
  • Professor Educação Básica II (Educação Física)
  • Professor Educação Básica II (Filosofia)
  • Professor Educação Básica II (Geografia)
  • Professor Educação Básica II (História)
  • Professor Educação Básica II (Inglês)
  • Professor Educação Básica II (Língua Portuguesa)
  • Professor Educação Básica II (Matemática)
  • Professor Educação Especial
  • Professor Educação Infantil
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Portugal - Professores, diretores e pais querem fim do atual 2.º ciclo

 Professores, diretores e pais querem fim do atual 2.º ciclo


Fonte: DN Porutugal

Consolidar. Ideia de criar um 1.º ciclo mais longo, até ao 6.º ano, reúne consenso de vários setores e cores políticas. Mas exige tempo
Introduzido em 1973, pelo ministro Veiga Simão - numa das reformas educativas mais importantes da história de Portugal - o 2.º ciclo de escolaridade (na altura chamava-se ciclo preparatório) pode ter deixado de fazer sentido. É esta a convicção de pais, professores, diretores escolares e de ex-ministros, como David Justino, que concordam ter chegado a altura de repensar a forma como se organizam os 12 anos que constituem a escolaridade obrigatória.
O chamado modelo de 6+6, criando um 1.º ciclo alargado até ao 6.º ano e um "novo" 2.º ciclo, do atual 7.º ao 12.º ano, estará em discussão este sábado na quarta Convenção Nacional da Federação Nacional de Educação (FNE), Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) e Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). E o objetivo assumido por todos é fazer sair do encontro uma proposta que possa ser analisada, não só pela atual equipa do Ministério da Educação, como por toda a sociedade e partidos.
"Isto poderá trazer vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, não é uma ideia peregrina nossa". Há países onde as coisas já são assim", diz ao DN Filinto Lima, da ANDAEP, admitindo que este é um tema que obriga a um "consenso alargado" para poder ser passado à prática. "É um assunto muito sério. Mexe com a estrutura, os alicerces da educação", admite.


Uma das possíveis vantagens, admite, é a redução do impacto negativo que, dizem as estatísticas, muitos alunos sentem quando passam para o 5.º ano. "Não só em termos de insucesso. Mesmo em termos disciplinares, é no quinto 5.º ano que há maior incidência de problemas, ao contrário do que sucede nos anos seguintes", explica. "Hoje temos um 2.º ciclo, um 5.º e 6.º ano, perdido entre o 1.º ciclo e o 3.º ciclo. E os próprios professores reconhecem isso", diz.
"Neste momento faz todo o sentido repensar o 2.º ciclo", subscreve Jorge Ascensão, da CONFAP. "Na altura, foi criado para alargar a escolaridade obrigatória até ao 6.º ano mas hoje, para dar maior coerência entre percursos curriculares, faria sentido rever a organização dos ciclos".
Fazê-lo implica rever a Lei de bases do Sistema Educativo. E o representante das associações de pais acredita que esta é uma boa altura para se dar esse passo: "Pelo menos a junção com 2.º ciclo com o 1.º ciclo talvez fosse viável", defende. É preciso mais, avisa: "Rever todo o programa curricular, ainda que se dê um passo de cada vez".
João Dias da SIlva, da FNE, lembra que "há muito tempo" que as formações de professores "são articuladasde 1.º e 2.º ciclo", pelo que não seria necessária uma revolução nos cursos de educação para implementar o modelo: "Seriam necessárias adaptações, um período de transição, tendo em conta que houve professores que fizeram opção mais pelo 1.º ciclo e outros que optaram mais pelo 2.º ciclo".
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) não participa da convenção. Mas também não afasta a ideia alimentar esta discussão: "Pensamos que se calhar tem sentido, num quadro global de reflexão sobre o sistema, os currículos. Temos o sistema que já está organizado desta forma há quase meio século", lembra Mário Nogueira. "Não é por ser há muito tempo que está mal. Mas há realidades presentes noutros países que não são essas. O facto de o 1.º ciclo ser de apenas quatro anos, numa fase em que os alunos têm ritmos de aprendizagem ainda muito distintos, pode ser um obstáculo a que todos atinjam os objetivos", diz, avisando no entanto que os progressos passam sobretudo por aspetos como "ter mais apoios para alunos com dificuldades de aprendizagem".
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Primeiros dias de aula - Como dar Boas - Vindas

Educadores, Gestores

O texto,  de maneira simples, aborda alguns pontos para que  a equipe gestora, funcionários e docentes deem  boas - vindas aos alunos nos primeiros dias de aula.

Vale a pena ler o texto.

Boa Aula e bom planejamento.

Boas-vindas bem planejadas

Como garantir a acolhida dos alunos nos primeiros dias de aula para estabelecer o vínculo com a escola

Cinthia Rodrigues 



Depois de planejar com a equipe gestora, os docentes e os funcionários como será o ano na sua escola, reserve um período da semana pedagógica para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de aula. Os professores já terão informações sobre as turmas para as quais darão aulas e isso certamente ajudará nas relações que se estabelecerão no início do ano letivo. Com todo o grupo, pense nos detalhes que farão com que os alunos se sintam acolhidos e formem (ou fortaleçam) os laços afetivos com a escola - condição importante para que a aprendizagem aconteça. A seguir, uma pauta para você discutir com a equipe:

1. Organização das salas
Antes de os alunos chegarem, combine com professores e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). Nas salas da Educação Infantil, aconselha-se a organizar cantos de brincadeiras  para ajudar a entreter as crianças antes que a turma esteja completa e também já iniciando um processo de socialização e aprendizagem. A coordenação pedagógica, junto com os professores de cada turma, poderá decidir quais cantos são mais interessantes para as diversas faixas etárias.

2. Recepção
Decidam em conjunto o local em que cada um receberá os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e outras dúvidas que os estudantes possam ter.

3. Apresentação em sala de aula
Reflita com os professores sobre a importância de apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade extra ou estudar para o vestibular.

4. Tutoria dos veteranos
É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.

5. Primeiro contato com cada setor
Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários deem atenção a chegada de todos.

6. Aulas inaugurais diferenciadas
As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que as crianças aprenderão durante o projeto.

7. Regras bem compreendidas
Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o estatuto da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.
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EJA - ANÁLISE COGNITIVA

UMA ANÁLISE COGNITIVA NA EJA


Qual a dificuldade que os alunos do EJA apresentam?Este artigo relata essas dificuldades sob o ponto de vista cognitivo da teoria de Piaget. Vale a pena ler o artigo.

Fonte: Espaço Educar

 

 

 



Ailton Barcelos da Costa
Aluno de Matemática/ UFSCar

ALOJAMENTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
VIA. WASHINGTON LUIZ, KM 235
MODULO I, BLOCO D
CEP: 13565-905 SÃO CARLOS-SP


Resumo:
O texto trata da dificuldade de aprendizagem dos alunos na Educação de Jovens e Adultos - EJA, sob o ponto de vista cognitivo, da teoria de Piaget.
Inicia-se as noções sobre conhecimento e considerações sobre o estagio de desenvolvimento cognitivo, seguindo para uma analise sobre o nível de operatoriedade dos alunos da EJA.
Palavras-chave: Piaget; Ensino de Jovens e Adultos; Nível de Operatoriedade.



    1. Introdução
Para Piaget (1973), “Não é o conhecimento do teorema de Pitágoras que irá assegurar o livre exercício da inteligência pessoal: é o fato de haver redescoberto a sua existência e a sua demonstração”.
Primeiramente deve-se começar a discussão sobre o que é aprender, e como se aprende, e para isso vamos usar alguns conceitos de Piaget relativos ao processo de desenvolvimento, tentando mostrar que a aprendizagem está ligada a esses processos.
Pode-se do inicio dizer que, segundo Ortiz (2002), não se aprende da mesma maneira em todas as idades, pois a capacidade de construção de novos conhecimentos é determinada pelas estruturas de pensamento que o sujeito possui antes de tentar assimilar ou compreender o novo objeto.
A teoria de Piaget só será útil em sala de aula se os professores passem a questionar-se como modificar o ambiente escolar.
Assim, o objetivo da educação é formar pessoas capazes de desenvolver um pensamento autônomo, e dentre desse conceito temos que entender a dinâmica da sala de EJA, para construção de não só estudos científicos, mas também relações interpessoais.
Então, a primeira tarefa da educação consiste em garantir a todo indivíduo a oportunidade de construir os instrumentos psicológicos que lhe permitam raciocinar com lógica, conquistar a autonomia e tornar-se um cidadão capaz de contribuir para as transformações sociais e culturais da sociedade, dentre outras.

    1. Noções sobre conhecimento
Estudando os processos pelos quais a criança adquire o conhecimento, Piaget chega às relações entre desenvolvimento e aprendizagem, que são processos diferentes, ou seja, o desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao desenvolvimento do sistema nervoso e das funções mentais, terminando somente na vida adulta. Já a aprendizagem é diferente, pois ela é provocada por situações, além de contrária ao que é espontâneo, é um processo limitado a um problema simples ou uma estrutura simples.
Assim, o desenvolvimento explica que a aprendizagem é um processo essencial e cada elemento dela ocorre como função do desenvolvimento total, e não se chega a apreender da mesma maneira em todas as idades, pois a capacidade de formação de conhecimentos novos é determinada pelo estágio de desenvolvimento do sujeito.
Piaget considera que o desenvolvimento de cada pessoa passa por várias fases, consideradas como estágios: sensório-motor, pré-operatório, operacional concreto e operacional formal.
A passagem pelos estágios não pré-programados vai depender dos seguintes fatores: maturação interna, ações sobre os objetos, interação social e equilibração.
Então, dentro de uma perspectiva mais funcional de como o sujeito atua cada estágio se caracteriza por uma maneira de abordar os problemas e de enfrentar a realidade.
A busca pela adaptação ao meio em que vive é inerente ao sujeito, e esta adaptação se realiza através da ação, a qual é um elemento central da teoria, sendo responsável pela interação do sujeito-objeto.

    1. Considerações sobre os estagio de desenvolvimento

Segundo Piaget, cada estágio caracteriza-se por uma estrutura de conjunto, a qual se expressa de maneira lógico-matemática e traduz a organização subjacente das ações (Delval, 2001).
Segundo, Ortiz (2002), os estágios obedecem a uma ordem seqüencial invariável, e o que pode sofrer alterações é a velocidade e a duração das construções, as quais dependem da estimulação do meio em que o sujeito está inserido. Também é preciso levar em conta características dos estágios; a conservação das aquisições anteriores. Uma vez construída uma estrutura, não há possibilidade de o sujeito esquecer o conhecimento resultante dessa construção. As estruturas mantêm-se e dão forma a todos os conteúdos, de tal modo que o sujeito de um determinado estágio, que adquire um conhecimento; irá adquiri-lo, apoiando-se nas estruturas que possui, ou seja, em seus conhecimentos anteriores e em uma determinada maneira de abordar os problemas.
Os estágios são universais, independentes da raça, cultura ou nível socioeconômico, passando todos pela mesma seqüência na construção das estruturas cognitivas.
Piaget definiu o desenvolvimento cognitivo como um crescimento intelectual no qual podem distinguir-se quatro grandes estágios:
• Estágio da inteligência motora (0-2 anos) – O comportamento é basicamente motor, a criança ainda não faz representações, e é anterior ao aparecimento da linguagem, sendo marcado por um extraordinário desenvolvimento da linguagem.
• Estágio do pensamento pré-operacional (2-7 anos) – caracterizado pelo surgimento da linguagem e outras formas de representação. O sujeito se torna apto a representar, e é uma conquista do estágio pré-operatório. As representações pela ordem de aparecimento são: a imitação, o jogo simbólico, o desenho, a imagem mental e a linguagem. Nessa fase, o sujeito não admite a existência de pontos de vista diferentes dos dele, é o egoísmo. A superação do egocentrismo permite ao sujeito descentrar mais e acompanhar transformações simples, o que, por sua vez, possibilita a construção da reversibilidade.
• Estágio das operações concretas (7-11 anos) – desenvolvimento do pensamento lógico para problemas concretos. Nesse estágio, ele não apresenta dificuldades na solução de problemas de conservação e tem argumentos corretos para suas respostas. Já se torna capaz de realizar todas as operações cognitivas e, o que é mais importante, já alcança a reversibilidade das operações mentais. Do ponto de vista cognitivo, o desenvolvimento mais importante, que ocorre no estágio das operações concretas, é a construção das operações lógicas,
• Estágio das operações formais (11-15 anos) – desenvolvimento do raciocínio lógico para todas as classes de problemas. Esse estágio é caracterizado pelo raciocínio científico e pela construção de hipóteses as quais refletem uma compreensão altamente desenvolvida da causalidade. O sujeito pode operar com a lógica de um argumento, independente do conteúdo.




    1. Diagnóstico da EJA
Segundo Ortiz (2002), todos os adultos, quando se integram a programas de educação básica, têm uma idéia do que seja a escola, apesar de um passado e uma experiência desastrosa. Lembra-se da escola com carinho e sentem, com pesar, o fato de terem-na abandonado, ou de nunca terem tido a chance de freqüentá-la.
Não se pode refletir sobre a Educação de Jovens e Adultos sem relacioná-la diretamente à forma desigual como a sociedade está estruturada.
Os cursos de alfabetização de adultos existem, exatamente, pela falta objetiva de oportunidades educacionais que garantam às crianças o acesso à escola, bem como à sua permanência, haja vista os altos índices de evasão escolar.
As dificuldades sociais, vivenciadas por parte dos alunos, afastam-nos da escola, pois não a encontram voltada a sua realidade e; sem expectativa de progressão social, intelectual e cultural, abandonam os estudos.
As recriminações, a exclusão, os ataques à auto-estima e o desrespeito vivido dentro do sistema escolar também são freqüentes responsáveis por esse fracasso.
Aqueles, que já passaram pela escola, são portadores de uma história escolar marcada pelo fracasso, por incompetência da escola em não saber atender à necessidade do aluno.
Sendo assim, a falta de conhecimento do professor da EJA de como o sujeito constrói seu conhecimento também dificulta o conhecer dos seus alunos e continua julgando o que desconhece.


    1. Desafios da EJA
A escola precisa trazer para dentro dela as situações próprias do contexto cultural, mas, trazer, simplesmente, situações de vida para a escola não garante a qualidade da educação. Logo, o ensino deve adaptar-se às condições do progresso científico e preparar inovações, tudo aquilo que é necessário à construção de uma consciência crítica e moral.
A escola tem trabalhado, de forma básica, na transmissão de conteúdos que, se forem tratados, simplesmente, como informações, não levarão o aluno a operar sobre eles para chegar a uma compreensão. Poderemos, então, dizer que a situação escolar, em especial, se tratando de educação de adultos, é uma educação tradicional.
Sob ponto de vista do desenvolvimento, a escola está despreparada teórica e praticamente para enfrentar o problema da educação para todos.
Há, nesse momento de busca, a necessidade de se olhar o presente para se definir o futuro.
Todos sofrem a crise de paradigmas da educação; e em geral crise exemplificada pelo fracasso da maioria dos programas de alfabetização.
Podemos afirmar que crise, incerteza e fragmentação também atravessam outros campos e determinam boa parte dos discursos atuais. Diante de tantas dificuldades, a solução está num maior desenvolvimento do sujeito e do próprio sistema educativo.


    1. Contribuições de Piaget e EJA
A contribuição de Piaget pode nos levar a compreender o que ocorre, cognitivamente, para que haja aprendizagem na sala de aula, pois a compreensão do processo de desenvolvimento, uma vez que este não ocorre por simples maturação, mas devido às trocas do indivíduo com o meio que o cerca.
O cotidiano e a vida familiar colocam, muitas vezes, com mais propriedade que a própria escola, situações de desafio que exigem do sujeito um rearranjo de suas estruturas cognitivas, propondo condições, às vezes excelentes, para a produção de abstrações.
Assim, é essencial conhecer-se a vida de uma população, que exigem o uso de um pensamento dedutivo, o aproveitamento dessas situações, no espaço escolar, contribuirá para o desenvolvimento de um pensamento operatório nos alunos, criando situações que privilegiem processos de abstração reflexionante e, em especial, de abstração refletida.
Embora entendendo que a solução para a realidade do aluno esteja condicionada a questões que ultrapassam o muro da escola, é necessário que a prática pedagógica contribua para que o aluno encontre oportunidade de construir o raciocínio crítico, pois a falta de um projeto pedagógico adequado à realidade da EJA vem colaborar com a evasão e com a falta de compromisso da escola na construção do saber dos alunos.
Assim, passando à teoria de Piaget, sabemos que ele considerou o desenvolvimento cognitivo como tendo três componentes.
Conteúdo é o que se conhece, refere-se aos comportamentos observáveis que refletem a atividade intelectual. Pela sua natureza, o conteúdo da inteligência varia, consideravelmente, de idade para idade e de sujeito para sujeito.
Função refere-se àquelas características da atividade intelectual – assimilação e acomodação – que são estáveis e contínua no decorrer do desenvolvimento cognitivo.
Estrutura refere-se às propriedades organizacionais inferidas que explicam a ocorrência de determinados comportamentos.
Portanto, quando, na escola, pretende-se favorecer uma aprendizagem com compreensão, que vai muito além da repetição de respostas certas e que é fruto de uma atividade mental construída pelo aluno, em que ele incorpora às suas estruturas cognitivas os significados relativos ao novo conteúdo, é necessário levar em conta as vivências e conhecimentos do aluno de EJA.
Para aprender qualquer conteúdo escolar, o aluno da EJA precisa atribuir um sentido e construir significados para tal conteúdo. Para que isso ocorra, o aluno não pode partir do nada, deve relacionar o novo conteúdo com as idéias, conceitos, informações e conhecimentos já construídos no decorrer de sua vida. A possibilidade de estabelecer relações entre um conteúdo novo e os conhecimentos prévios que o aluno já possui é que facilitará a sua compreensão e desencadeará uma aprendizagem significativa.
Para que uma proposta de trabalho para a EJA tenha significado, faz-se necessária uma investigação sobre em que nível operatório os alunos estão, para que, a partir desses resultados, tal proposta possa contribuir para a formação autônoma do sujeito.
Então, a questão é:
- Qual o nível de operatoriedade dos alunos da Educação de Jovens e Adultos?

Tendo em vista que o nosso sistema educacional enfrenta uma crise, de proporções cada vez maiores, parece-nos necessário salientar que a evasão escolar aumenta a demanda do Ensino de Jovens e Adultos.
Considerando-se que a educação deve favorecer a aprendizagem efetiva do aluno, torna-se necessário conhecer o nível de operatoriedade do aluno da EJA, a fim de que ele encontre, na escola, um ambiente propício para tornar-se um cidadão consciente.
Através do conhecimento do nível de operatoriedade, pode-se construir uma proposta pedagógica que possibilite aos alunos aprenderem a aprender, para desenvolverem suas capacidades e habilidades, quando eles próprios possam, a partir de suas vivências, reinventar e reconstruir o que já sabem.
Sendo assim, pesquisas sobre o nível operatório dos alunos da EJA, os quais os resultados encontrados demonstram que o maior número de sujeitos apresenta níveis mais elementares de operatoriedade.
Os sujeitos apresentam um pensamento de nível operatório elementar das operações concretas, ligado ao contexto da experiência pessoal.
Com essa dificuldade, pode-se concluir que o fracasso escolar não fica determinado apenas no aspecto do desenvolvimento social, mas a escola ainda tem um conjunto de questões e problemas a ser resolvido para poder cumprir com a sua obrigação na formação do Homem, que vai além dessa análise aqui apresentada.


    1. Mudanças na pratica pedagógica da EJA
Entre as mudanças, que Ortiz (2002), sugere na prática pedagógica dos professores da EJA, destaco:
• a recuperação, por parte dos professores, do controle do processo educativo, que será alcançado mediante a colaboração e participação de todos, bem como da participação de projetos na formação continuada;
• a colocação dos alunos da EJA perante todo tipo de conhecimento, em contato com o saber, a experiência e a realidade;
• a escola deve estar inter-relacionada com toda a comunidade para não criar exclusão e garantir a todos o direito à educação, à liberdade e à felicidade;
• a necessidade de a escola da EJA transformar-se em uma instituição que possua um sistema educativo democrático.
Todavia, os professores precisam de clareza para desenvolver uma prática educativa, que venha a possibilitar a aprendizagem do aluno, não se esquecendo de que cada pessoa pensa de maneira diferente, usando métodos diferentes, estratégias e instrumentos conforme a atividade que esteja realizando; não esquecendo que o caminho da aprendizagem não tem uma única forma, que deve ser um processo aberto, já que há limites e possibilidades de construção do conhecimento de indivíduo para indivíduo.
Nesse sentido, diferenças individuais e diferenças culturais se fundem, formando a heterogeneidade a partir dos indivíduos em diferentes atividades, ao longo do processo de aprendizagem.
Finalmente, vemos que a contribuição da teoria piagetiana não se restringe somente à ação pedagógica, mas também pode constituir-se num referencial à análise de orientações de diretrizes de Política Educacional para a Educação de Jovens e Adulto.



BIBLIOGRAFIA


  1. DELVAL, Juan. Aprender na Vida e Aprender na Escola. Porto Alegre. Editora Artmed. 2001.

  1. Ortiz, Maria Fernanda Alves. Educação de Jovens e Adultos: Um estudo de nível operatório dos alunos. UNICAMP: Campinas, 2002. Dissertação de Mestrado.

  1. PIAGET, Jean. Para onde vai a Educação? Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1973.







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