Funcionários e sindicato brigam, enquanto trabalhador se desfilia
Desconto de 1% do salário, ao invés dos tradicionais R$ 5, ainda é motivo de descontentamento entre funcionários públicos; grupo tenta se organizar para colher mais assinaturas e pressionar a realização de uma nova assembleia para votar a questão
O desconto para a cobrança da taxa sindical dos funcionários públicos, que passou de R$ 5 mensais a 1% no salário, gerou uma disputa política entre o Sindserjun (Sindicato dos Servidores Públicos de Jundiaí) e um grupo de funcionários de oposição, que diz começar, a partir desta quinta (04), a colher assinaturas para forçar a realização de uma nova assembleia.
Apesar de o sindicato ter anunciado a realização de uma nova assembleia, em forma de plebiscito com vários locais para votação e que promete realizar ainda esse mês, servidores não concordam com a opção. Eles querem anular a assembleia realizada em 9 de setembro, no próprio sindicato, quando apenas 60 dos mais de seis mil servidores participaram.
Nesta quarta (03), um grupo se reuniu em um clube na Vila Rio Branco para eleger uma comissão de seis pessoas que estará à frente do novo abaixo-assinado forçando uma nova assembleia.
No meio dessa disputa, pelo menos cem funcionários públicos descontentes com a mudança na cobrança da taxa optaram por se desfiliar do sindicato, de acordo com números do próprio sindicato.
Um deles é o agente Amarildo Francisco de Assis Viana, 43 anos, que pagava R$ 5 e passou a pagar R$ 30 com a mudança. “A assembleia passada foi divulgada às vésperas de um feriado prolongado”, reclama.
“O estatuto [do sindicato] não prevê a realização de um plebiscito”, diz uma servidora, que não quer se identificar por medo de represália do sindicato. “Além disso, um plebiscito abre margem à corrupção.”
Essa mesma servidora apresentou uma carta que ela considera intimidatória, enviada pelo Sindserjun à sua casa, na qual a instituição contesta a tentativa de poder do grupo de trabalhadores, como supostos “representantes de classe”.
A presidente do Sidserjun, Eleni Mossin Favaro, diz que a carta não é para intimidar. “A carta intimidatória, na verdade, é aquele que esse grupo enviou ao sindicato”, afirma ela.
Vereadora dá apoio a opositores em reunião
A vereadora Marilena Negro (PT) participou da reunião com funcionários públicos realizada nesta quarta (03) na Vila Rio Branco. Ela, que também é funcionária pública, diz estar descontente com as mudança na cobrança sindical e afirma que uma nova assembleia deve ser realizada aos moldes da outra, mas com mais divulgação.
Questionada sobre a disputa política no sindicato, enquanto trabalhadores estão “sob fogo cruzado”, ela diz que não concorda com essa forma de ver o problema e que o grupo o qual ela integrou na tarde desta quarta (03) faz parte de todos os trabalhadores descontentes com a nova forma de cobrança.
“São 1.436 assinaturas colhidas entre funcionários”, reafirmou a vereadora, que diz ter participado da reunião como servidora pública descontente.
“Em cada reunião que convocamos entre trabalhadores, diferentes pessoas aparecem e não se mostram favoráveis àquilo que foi decidido na assembleia passada do sindicato”, afirma Marilena. “Além disso, a assembleia não foi bem divulgada.”
A vereadora afirma que a maneira como se dá a cobrança não é correta e que o valor de 1% cobrado seria mais justo se fosse sobre o salário base e não sobre o total do salário de funcionários como ela, que é funcionária pública há mais de 20 anos.
“A assembleia tem que ser feita como antes e vamos trabalhar para lotar essa nova assembleia”, afirma a petista.
Festa dos servidores ainda não ocorreu
A tradicional festa dos servidores públicos ainda não ocorreu. Eleni, presidente do Sindserjun, afirma que os problemas com os descontos ocorridos na folha de pagamento acarretaram a não realização da festa, mas que ela deverá ocorrer ainda esse ano. Como o BOM DIA havia revelado, a moto sorteada na festa é doada por uma concessionária da cidade, a Liberato, que usa um terreno emprestado do sindicato.
Desconto de taxa é realizado pela segunda vez
O desconto salarial de 1% no holerite dos funcionários da prefeitura voltou a ocorrer em outubro. Como a decisão de fazer uma nova assembleia pelo sindicato ocorreu após o dia 15 do mês passado, data em que a folha de pagamento da prefeitura é fechada, não foi possivel incluir a mudança no pagamento dos funcionários, segundo a presidente do Sindserjun, Eleni Mossin Favaro. A informação foi confirmada pela prefeitura, que avisa: se até o dia 15 deste mês uma nova assembleia não for realizada, o valor descontado volta a ser R$ 5.
Só os funcionários da Câmara, por sua vez, voltaram a ter um desconto de R$ 5.
Outro desconto salarial que foi considerado abusivo por alguns funcionários, ocorrido no dia 30 de setembro, já teria sido devolvido aos trabalhadores. Segundo Eleni, algumas pessoas não tiveram o reembolso ainda, mas estes devem procura o sindicato para acertar a questão.
Fonte: Rafael Amaral
Agência BOM DIA
2 comentários:
Nunca houve nesta cidade algo parecido!!!
Sujeiras certamente sempre aconteceram escondidas embaixo do tapete, mas agora está nas mãos dos servidores sindicalizados mudar esta situação!!!
FICHA SUJA EM JUNDIAÍ FORA!!!
SERVIDORES DIVULGUEM E PARTICIPEM !!
ATENTOS AS NOVIDADES!!!
Funcionário do Município de Jundiaí,
Acho que o sidicato nos devem alguns esclarecimentos.
Vamos divulgar esse canal de luta (Blog) e vamos reivindicar os nosso direitos
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