Protesto: Professores fazem passeata pelas ruas do Aterrado após assembleia |
Os professores da rede municipal de ensino, acompanhados por setores do funcionalismo público decidiram - em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira - que irão continuar com a greve que foi deflagrada na última quarta-feira. A manifestação que aconteceu na Praça Sávio Gama, em frente à prefeitura reuniu aproximadamente 300 pessoas.
Após o término da assembleia, representantes do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) e do Sinpro (Sindicato dos Professores de Volta Redonda), além de grevistas, saíram da prefeitura em direção à Avenida Lucas Evangelista, passaram pela Rua Luiz Alves Pereira e retornaram à Praça Sávio Gama, utilizando a Avenida Paulo de Frontin. O trânsito nesses locais funcionou em meia pista por cerca de 30 minutos. A Polícia Militar e a Guarda Municipal controlaram o trânsito durante a passeata.
A prefeitura de Volta Redonda informou em nota que o município possui 92 unidades escolares, sendo que três aderiram à greve totalmente, 36 funcionaram normalmente e 54 realizaram as atividades parcialmente, após o início do movimento.
Segundo a coordenadora do Sepe, Maria das Dores Motta, a Dodora, o movimento percorreu as escolas do município para conscientizar os educadores que ainda não estão engajados.
- Estamos convidando os funcionários de outros setores. Ontem estivemos na garagem da prefeitura e na Secretaria de Obras. Todos precisam estar mobilizados para que o acordo aconteça o mais rápido possível. O número de professores aumentou e o nosso movimento está caminhando para a unificação - enfatizou.
Ela frisou que o apoio dos vereadores está sendo essencial para fortalecer o movimento e mediar o diálogo entre os funcionários e o poder público.
- Todos que acreditam no nosso propósito podem aderir ao movimento. Decidimos que a greve irá continuar até terça-feira, dia 05, quando vamos realizar uma nova assembleia. Na segunda-feira, às 6h o encontro será na Secretaria de Obras, com reunião no Sepe às 8h e concentração da câmara às 18h - informou.
Já na terça-feira, Dodora afirmou que após a assembleia que será realizada às 16h na Praça Sávio Gama, os envolvidos no movimento sairão em passeata até a Vila.
- Essa é uma forma de mostrar para a cidade que estamos trabalhando para garantir os direitos. Para fortalecer o movimento a Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda) irá aderir à greve também na segunda - frisou.
Ela explicou que todas as exigências da legislação foram cumpridas antes de iniciar a greve, já que o não cumprimento poderia gerar punições.
- Avisamos ao poder público 72h antes de começar a movimentação. Além disso, publicamos o informe em edital. Diversas conquistas foram alcançadas através de greve. Precisamos resgatar a importância dos movimentos - argumentou.
Explicação
Já a coordenadora do Sepe, Juliete Guarino, afirmou que a comunidade escolar está apoiando e fortalecendo o movimento.
- Não é um processo sem ordem. Estamos entregando cartas aos pais dos alunos para que todos possam compreender a nossa decisão. Além disso, os avisos já estão fixados na maioria das escolas do município. Diversos alunos, mesmo sem as aulas estão fortalecendo a nossa luta - relatou.
Ela falou que o objetivo do movimento não é permanecer em greve, mas sim estabelecer um acordo com o poder público.
- Queremos apenas os nossos direitos. O prefeito tem até terça-feira para conversar com as lideranças e apontar uma solução para o problema. Sabemos das dificuldades, porém não podemos permitir que o novo PCCS retire os nossos benefícios - ressaltou.
A coordenadora lembrou que todas as ameaças em período de greve, podem ser denunciadas no departamento jurídico do Sepe, já que o órgão possui um advogado.
Docente
A professora da Escola Municipal Amaral Peixoto, Renata Amâncio, afirmou que os professores demoraram a se movimentar e lutar pelos seus direitos.
- Gosto de dar aula, porém sabemos que no momento a greve é a melhor opção. Muitos professores ainda precisam ser conscientizados. Nossa manifestação não é brincadeira e envolve a vida profissional de diversas pessoas - relatou.
A educadora lembrou que existem professores que ainda não estão totalmente preparados para participar de uma greve.
- A categoria precisa se unificar com os demais setores do funcionalismo público, já que os objetivos são os mesmos. Ontem estive na Secretaria de Obras para mobilizar o funcionalismo, já que eles passam por uma situação parecida - pontuou.
Tumulto
O comandante da Guarda Municipal, major Luiz Henrique Barbosa, esclareceu que foi solicitado na manhã de ontem a comparecer na entrada da Secretaria de Obras.
- A GM recebeu uma ligação informando que os grevistas estavam impedindo a entrada de funcionários e veículos na secretaria. O movimento não pode ser administrado dessa forma, já que o local é utilizado para abastecer todos os veículos da prefeitura. Além disso, as pessoas que não querem aderir à greve têm direito de trabalhar. Liguei para o subcomandante do 28º BPM (Batalhão de Polícia Militar) e os agentes auxiliaram na organização da movimentação.
O major lembrou que a GM está pronta a oferecer apoio na condução das passeatas e eventos, já que o objetivo é causar o mínimo de transtorno para a população
Fonte:Diário do Vale
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